Por volta das 10 horas no CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) na Rua Professor Almir José de Oliveira, em Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe, ouvia-se de longe o barulho dos quase 200 recém desempregados pela Paquetá. O espaço para estacionamentos já não cabiam nem bicicletas. Dentro e fora do CRAS, o cenário é realmente triste: paira sobre os olhares a incerteza de como ficarão daqui pra frente.
Fotos por Eliete Cordeiro - Equipe IC
As demissões
Em plena semana de festejos juninos na cidade de Riachão, a Paquetá chamou seus integrantes e deu a notícia de fechamento da empresa na cidade. A decisão foi anunciada pelos representantes da empresa depois de uma reunião que contou também com representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Calçados (Sintracal).
Pesquisas do IBGE mostram que em 2016, 648,5 mil empresas foram abertas, enquanto 719,6 mil foram fechadas no país até 2018. O fechamento provocou recuo de 3,8% no pessoal ocupado e de 1,6% no pessoal assalariado. Na contramão disso, a informalidade aumentou em todo o país também segundo o IBGE. O atual governo prometeu reduzir o desemprego e incentivar mais postos por todo o território nacional, porém, a sociedade brasileira vem assistindo o crescimento assustador do desemprego.
Opinião
Para o funcionário público, Vital de Oliveira, isso é o receituário do neoliberalismo, "recebem incentivos fiscais, desoneração, todo tipo de benefício com a promessa de gerar emprego. Na primeira crise, abandonam tudo e deixam centenas de desesperados na humilhante situação do desemprego.
Vital continua: "Ainda mais triste é ver o quanto o povão, vulnerável a tudo isso, ignora essas questões, e, cada vez mais, vota em candidatos que defendem o "neoliberalismo". Nada mais é, do que uma nova adaptação do sistema econômico "escravocrata", reforça, citando ainda, que o atual presidente venceu as eleições sob a proposta de retomar à política neoliberal", finaliza.
Opinião
Para o funcionário público, Vital de Oliveira, isso é o receituário do neoliberalismo, "recebem incentivos fiscais, desoneração, todo tipo de benefício com a promessa de gerar emprego. Na primeira crise, abandonam tudo e deixam centenas de desesperados na humilhante situação do desemprego.
Vital continua: "Ainda mais triste é ver o quanto o povão, vulnerável a tudo isso, ignora essas questões, e, cada vez mais, vota em candidatos que defendem o "neoliberalismo". Nada mais é, do que uma nova adaptação do sistema econômico "escravocrata", reforça, citando ainda, que o atual presidente venceu as eleições sob a proposta de retomar à política neoliberal", finaliza.
De acordo com Evaneuza dos Santos Silva, funcionária desempregada e residente no Bairro Clériston Andrade em Riachão, a empresa não agiu certo, "nos pegou de surpresa e prometeu no dia da demissão que ia nos pagar tudo, agora já mudou dizendo que não, e que devemos recorrer à justiça, arrumarmos advogados para assim, conseguirmos os nossos direitos".
Evaneuza Santos
Evaneuza tem, exatamente, 5 anos e 10 meses de trabalho com carteira assinada na empresa, ela especula que poderia ter direito a uns 17 mil reais, “neste acaso, diante da proposta deles, teríamos que gastar com advogado pra receber o que já nos é de direito”, conclui.
O Sindicato também se pronunciou através de seus representantes frisando no meio da multidão: “Quero que o senhor juiz de direito pague aos funcionários, queremos que todos recebam o mais rápido possível tudo o que eles têm direito, essa é a nossa posição”, defendeu um deles.
“Há um conjunto de direitos sendo negados pela empresa, então a gente vai acompanhar o ato de rescisão de todos os trabalhadores e estamos aqui para prestar os nossos serviços enquanto advogado”, defendeu Ivo Carlos, advogado do Sintracal.
Os representantes da Paquetá, presentes no CRAS, começaram a entregar as guias para recebimentos autorizados (de alguns) do FGTS. Tentamos falar com um dos representantes da Paquetá, mas, um deles justificou: "estamos muito ocupados", e sequer, levantou a cabeça, ignorando a nossa presença.
“A empresa daqui fechou e ela deve pagar a todos trabalhadores a rescisão contratual de forma correta, porque, houve uma quebra de contrato mesmo. Quando uma empresa entra em um processo de recuperação judicial, isso trava porque todo crédito oriundo agora de uma decisão judicial vai para a fila de pagamento”, lembrou o advogado jacuipense, Neto Carvalho, acompanhando as negociações entre empresa e sindicato.
Até a última guia entregue aos demitidos da Paquetá, o clima era de muita tensão entre eles.
Por Laura Ferreira
Coordenadora de Jornalismo na Imprensa Cheque
Riachão: Demitidos da Paquetá se reúnem no CRAS para receberem primeira parcela do FGTS
Reviewed by Imprensa Cheque
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julho 06, 2019
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