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Riachão 142 anos, para além da polêmica das datas, o que pensam os jacuipenses



Todo ano a mesma pergunta ocupa o imaginário popular jacuipense: vamos comemorar o dia 1º ou o dia 14 de agosto? Dia 14 é a data de elevação de vila para cidade, já dia  foi o dia da emancipação política da cidade de Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe.

Histórias e narrativas à parte, e que são bastante interessantes quando pesquisadas e confrontadas, gerando mais saberes locais, o município conta com sérias dificuldades estruturais urbanas. Além do desemprego que segundo dados recentes do IBGE aumentou, significativamente em todo o país neste primeiro semestre de 2020 com o surgimento da Covid 19.

No livro Memórias em Conflitos, de Marinélia Silva, (historiadora jacuipense) já na introdução ela atribui parte do desemprego às históricas questões políticas, articuladas e marcadas pelo continuísmo de determinados grupos políticos da cidade. Mas porque será que esta reflexão ainda não nos interessa tanto, quanto nos interessa a polêmica das datas? 

O Imprensa Cheque colheu diversas opiniões para fazermos uma reflexão sobre o Riachão que temos e o Riachão que queremos. Com a palavra, alguns jacuipenses.


"Ainda sonho com a minha cidade natal mais humanizada, desenvolvida e oferecendo oportunidade de crescimento, especialmente para a população em situação de vulnerabilidade social.  Somos um povo forte, acolhedor, merecemos respeito, dignidade e políticos responsáveis, capacitados para os cargos que almejam e acima de tudo seres humanos de caráter. Meus parabéns vai para cada jacuipense que mesmo diante de todas as dificuldades, mesmo invisíveis aos políticos e muitos da sociedade, ainda mantêm a capacidade de sorrir, sonhar e acreditar que dias melhores virão!!! Daniela Guimarães, enfermeira.

"Riachão do Jacuípe é um município rico em cultura e potenciais diversos, porém, ainda limitado por uma mentalidade um tanto medieval, que deixa boa parte da população quase na condição de crianças grandes, esperando que alguém atenda suas necessidades e lhes diga o que fazer. Quando tivermos uma maioria de cidadãos autenticamente emancipados e participantes, poderemos recuperar certo protagonismo do passado e quem sabe nos tornar um razoável polo regional, como cidade universitária, referência cultural, ou algo do gênero. Isso não virá de cima para baixo e só será possível por meio da educação voltada à formação do pensamento crítico e de competências e habilidades indispensáveis aos novos tempos, José Avelange de Oliveira, professor.


"Riachão é um lindo  município e com um potencial  rodoviário e até mesmo  turístico, temos festejos  pontuais e um "balneário que é  a barragem", muito visitada e pouco explorada de forma organizada. Penso que nos falta, governos que de fato saiam  das promessas de palanque e façam  mais pela estabilidade local, geração de emprego e renda! Incentivo a permanência e condições de sobrevivência aos seus  munícipes!   Aqui nos falta  quase tudo; lazer, cultura, emprego,  vontade política, só não,  o sonho de um dia, não muito distante, ver o Nosso Riachão, empoderado!", Sabrina Bezerra, pedagoga.



"O que eu espero é que práticas novas sejam adotadas na área política! E melhorias na área de saúde também! Conscientização da população sobre o perfil de cada candidato e conhecimento da   sua vida na área",  Nilson Maurílio, comerciante.










"Espero um Riachão que faça da sua gente seu maior patrimônio e  a  educação   prioridade absoluta nos debates e nas ações. Uma politica voltada para o bem comum e efetiva a todos. Que a justiça social e a felicidade dos jacuipenses seja a causa nobre e de maior relevância", Ana Rita, pedagoga.

"Fazendo aqui uma reflexão sobre o Riachão que temos e o Riachão que queremos, percebo que temos muito menos do que poderíamos ter. Riachão é uma cidade com excelência na produção de estudantes universitários, mas não estamos tendo o retorno para a cidade. Falta emprego e por isso perdemos capital humano. E isso é triste porque boa parte de nossas mentes pensantes estão fora da nossa cidade, o que prejudica o desenvolvimento do município como um todo", Daniel Lucas Cordeiro, advogado.


"Como professora não posso ver as coisas senão pelo olhar da esperança, principalmente neste momento difícil que o planeta atravessa. E falando em esperança, não podemos ficar sem falar de arte, neste momento ela é muito importante. É importante que através dela saibamos apreciar o que é feito aqui, valorizar as nossas sementes, as nossas flores, o nosso jardim. E comparar Riachão a um jardim, é entender que ela precisa ser cuidada, e cuidada a partir de muitas mãos. Mas, para termos um município e sociedade melhor, precisamos ter mais investimentos na arte, pois é ela que vai nos proporcionar mudar a nossa realidade", Gilmara Freitas, professora.



Precisamos de uma consciência política mais atuante, pois o desenvolvimento econômico e social de um município depende muito da forma como ele é pensado, gerido. Pela sua localização, Riachão era pra ser mais desenvolvido, temos um rio que corta a nossa cidade, temos um terreno plano e bem localizado, porém tivemos em algumas  gestões, gestores que cometeram atos ilícitos, respondem a processos. Isso mostra que não tiveram zelo com a coisa pública, assim os menos favorecidos continuam sem oportunidades, pois não chega até eles os recursos como deveriam. É triste ainda saber que na cabeça de muitos eleitores para se ganhar uma eleição é preciso ter dinheiro, quando na verdade um bom gestor precisa ter muitas qualidades, mas somos ainda um município ainda jovem e podemos conquistar esta consciência, parabéns ao nosso município e ao nosso povo"! Raimundo da Caixa, bancário.


"O Riachão que eu quero é um Riachão independente, um Riachão como um pólo regional de prestação de serviços.  A vinda do SAC e do Detran ajudaram neste propósito.  A vinda de uma faculdade pública também iria contribuir muito neste sentido. Ficar refém do INSS( aposentados) e  empregos gerados pela prefeitura não é o caminho.  Uma região com importantes prestadores de serviços iriam fomentar ainda mais o comércio e, consequentemente, geraria emprego e renda.  Patrícia Roma/ jornalista.









Na política, a gente quer sempre mais, e isso é legítimo,  porque queremos o melhor pra nossa cidade, nosso estado, nosso país. Mas, nesse momento, vivemos uma polarização que é muito nociva.
Enquanto em países desenvolvidos as disputas se dão no campo de proposições,  e depois todos os partidos e políticos se unem pelo bem comum, aqui se escolhe um lado, que é representado por uma cor ou por um bicho e, a partir disso, tentam se convencer de que tudo do seu lado tá certo e tudo do outro lado tá errado. Campanhas de difamação e agressão são comuns, infelizmente. A guerra vai além da campanha e as questões importantes são deixadas de lado. Num cenário político onde tem gente vendendo ou comprando voto, as coisas nunca serão justas, nem positivas.
Nossa terra tem um povo incrível, inteligente,  criativo, trabalhador. Não podemos perder a esperança. O final dessa polarização, que ocorre no Brasil inteiro, e a união das pessoas de bem, pelo bem comum é um caminho. Se todo mundo quer o bem, se o objetivo é um só, tem que haver o respeito". Del Feliz, cantor e compositor.



"Para além da discussão polêmica das datas, seria necessário também, a gente discutir os rumos desta cidade a longo prazo, e aí é que deve haver uma relação muito interessante entre a sociedade civil organizada e suas instituições, associações e também o poder público. Qual a expectativa da situação de Riachão a longo prazo? O que é que o poder público tem feito para pensar não apenas neste exato momento, a questão da ingerência política, mas pensar também a cidade como um organismo vivo? Como algo que precisa ser analisado. Qual a expectativa que o poder público tem para a cidade nos próximos anos? Qual o legado a cidade visa deixar para a juventude? Então é necessário que a gente discuta elementos culturais, elementos políticos, orçamento participativo, um debate sobre audiências públicas com a participação da população. Que o poder público abra espaço para as cobranças, para o diálogo e quando falamos do poder público, falamos não apenas do Executivo, mas do Legislativo e também o Judiciário. Então, acho que neste momentopara além de pensarmos as datas de emancipação, é necessário pensarmos na emancipação social do indivíduo e, principalmente, na inclusão das minorias”. Gabriel Oliveira, professor.


Imprensa Cheque- Da redação

Fotos- web


Riachão 142 anos, para além da polêmica das datas, o que pensam os jacuipenses Riachão 142 anos, para além da polêmica das datas, o que pensam os jacuipenses Reviewed by Imprensa Cheque on agosto 01, 2020 Rating: 5

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