Atual mesa diretora da UNIFRAM
Muita emoção a partir de relatos de memórias na celebração dos 40 anos da associação comunitária UNIFRAM (União Fraterna do Malhador) marcou a tarde deste domingo (3) no povoado de Malhador, a 15 km de Riachão do Jacuípe. Desde a narração sobre a primeira escola, primeira professora, e depoimentos de ex-alunos que estudaram embaixo de um tamarineiro (por perseguição de um prefeito) às discussões sobre a comunidade, em plena caatinga, cautelosos pra não serem vistos pelos militares à serviço da Ditadura Militar.
Antonio Albertino e dona Francisca Carneiro (irmãos) narrarram um pouco da história da UNIFRAM e do próprio povoado.
Os irmãos nasceram no Malhador e ambos são tios dos jacuipenses José Raimundo (jornalista) Tina Oliveira, Álvaro e demais irmãos, filhos do senhor Bonifácio Carneiro (in memoriam). O senhor Albertino é um dos Fundadores do MOC -Movimento de Organização Comunitária.
Converssa descontraída e de muitas memórias com Albertino e dona Francisca
A celebração contou com leitura da ata de apresentação dos 40 anos e apresentou todas as demais acompanhadas de documentos que demonstraram organização na Associação ao longo do tempo.
“Queríamos que todo gestor público conduzissem suas gestões com a transparência e organização que fizemos nestes 40 anos aqui na UNIFRAM. Temos aí um classificador com todas as notas fiscais justificando entradas e saídas de dinheiro desta associação", disse Antelmo Miranda, atual presidente.
Antelmo Miranda, atual presidente da UNIFRAN
Professora Maria Conceição recebendo as atas da UNIFRAM
Antelmo entrega ao irmão de Reninho do Sindicato (in memoriam) homenagem da UNIFRAM
Após a entrega de certificados (muitos in memoriam) aos familiares presentes, Antelmo convidou Naydson Quintela (diretor do MOC) para falar sobre Associativismo nos dias atuais: “Vocês conhecem o homem das cisternas ? Questionou sorrindo e passando o microfone para o palestrante.
Naydson falou da importância em manter viva uma associação e de se manter na luta, em especial por conta dos dados lamentáveis produzidos pelo atual governo em oposição à convivência com o semiárido (uma das principais bandeiras do MOC).
Naydson Quintela (diretor do MOC)
“Vivemos uma ditadura sem militares nas ruas, porém com a retirada de nossos direitos. Só aposentadoria de idosos temos em média 150 mil com os seus benefícios engavetados. Tivemos o fim das assistências técnicas (para o homem do campo planejar sua propriedade) redução de 75% do crédito rural, fim do programa das cisternas e tantos outros direitos por nós adquiridos. São varias cisternas que implantamos no semiárido, são exatamente 1.300.00 (um milhão e trezentas mil cisternas) mas temos 350 mil famílias ainda carregando um pote de água na cabeça”, relatou Naydson e lembrou aos presentes que apesar desse cenário difícil, resistir e lutar continua sendo a alternativa: "A UNIFRAM não foi construída em tempos diferentes", disse.
Para o ativista o momento é de darmos as mãos e fortalecermos as organizações civís e movimentos sociais: "Questionado em entrevista sobre os cortes nos programas em benefício ao homem e mulher do campo, o governo Bolsonaro respondeu que isso não era importante. Observem o projeto dos próximos candidatos, pois se queremos ir a Salvador, pegar um ônibus que nos leve a Capim Grosso não é interessante, concluiu o diretor do MOC desejando vida longa para a UNIFRAM.
Para o ativista o momento é de darmos as mãos e fortalecermos as organizações civís e movimentos sociais: "Questionado em entrevista sobre os cortes nos programas em benefício ao homem e mulher do campo, o governo Bolsonaro respondeu que isso não era importante. Observem o projeto dos próximos candidatos, pois se queremos ir a Salvador, pegar um ônibus que nos leve a Capim Grosso não é interessante, concluiu o diretor do MOC desejando vida longa para a UNIFRAM.
Mais precisamente em 1979 nascia a UNIFRAM, no Brasil efervescia a Ditadura Militar, mas no Malhador militantes como Algostinho Carneiro, Antonio Albertino, Francisca Carneiro, Firmina Carneiro (Pombinha) , Reninho do Sindicato e muitos outros resistiam em busca de uma sociedade melhor.
Neste mesmo período, o MOC promoveu um curso de pedreiro na comunidade e a época, o senhor Derinho foi o instrutor e pedreiro responsável pela construção do prédio da associação. Seu Derinho também relatou como se deu a construção e finalizou pedindo que seus exs alunos presentes na homenagem ficassem de pé. Emocionado, ele agradeceu bastante.
Senhor Derinho também contribuiu com a tarde de homenagens
Já Maria Vera Carneiro apresentou uma lista datada de 1979 com os nomes e respectivos pagamentos de mensalidades dos associados daquele ano.
De acordo com Vera, a lista foi escrita por sua mãe Firmina Carneiro (Pombinha) que era a tesoureiura da época. Uma memória importante tanto para a UNIFRAM, quanto para toda a família de Dona Pombinha.
Maria Francisca e a primeira professora do Malhador, Joana Guida Carneiro também fizeram relatos e saudaram a todos desejando sucesso e continuidade na luta pela comunidade .
Joilson Ramos da Associação do Bom Sucesso
O evento terminou com os parabéns em volta do bolo e com a música de Paulo Carneiro que também homenageou a UNIFRAM, mas antes houve ainda a participação de outros presidentes de associações como Joilson Ramos, da associação do Bom Sucesso.
Associados e demais pessoas da comunidades cantando os parabéns de 40 anos da UNIFRAM.
Paulo canta a associação e narra sua história
Acessem o vídeo com alguns depoimentos em nosso canal do youtube: IMPRENSA CHEQUE e galeria de fotos em nossa fan page: IMPRENSA CHEQUE e @imprensacheque (instagram)
Da redação: Imprensa Cheque
Fotos: Eliete Cordeiro
Festa no Malhador: 40 anos da UNIFRAM é comemorado com muitas homenagens relatos e memórias
Reviewed by Imprensa Cheque
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novembro 04, 2019
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Não saberia comentar. Isso é parte da minha história. Meu pai (Afonso) foi um dos sócios fundadores da UNIFRAM, meus 3 irmãos mais velhos (Felipe, Castelo e Antônio de Afonso) foram alunos do curso de pedreiro. Eu tinha, à época, 08 anos de idade e lembro de forma marcante o início de tudo.
ResponderExcluirEu saí de casa neste domingo (03/11/3019), para reviver esta história, abraçar a minha gente, cumprimentar e agradecer a Albertino por tudo o que ele me ensinou com seu espírito guerreiro e solidário... Mas infelizmente, não cheguei a concluir a viagem porque meu filho teve febre no trajeto e precisamos voltar para casa.
Agradeço ao Imprensa Cheque pelos relatos que me proporcionaram belíssimas e riquíssimas recordações e me fizeram molhar o rosto com doces lágrimas de gratidão pela vida e pela história do meu povo.
Obrigado Malhador, obrigado UNIFRAM, obrigado a todos que celebraram, contaram e noticiaram este evento.
Agradecemos e ficamos honrrados por conseguirmos mediar m poco do qe acontece. Trazendo à tona memórias tão caras . Na verdade qem melhor fez isso no evento foi os próprios Albertino e Naydson. Além dos demais qe também troxeram relatos riqíssimos sobre a UNIFRAM. Nós apenas mediamos. Parabéns Vital, pra toda a sa família qe também foi hpomenageada e representada pela memorável contribição a estes 40 anos de U
ResponderExcluirNIFRAM!
um pouco*
ResponderExcluirdo que*
toda a sua..*
quem* ...
Qem melhor fez isso no evento "foram" os próprios, Albertino e ...e demais erros com a falta da letra "u" são problemas no teclado... perdoem-nos!