Santa Marta: Imprensa Cheque termina a série de matérias sobre a MACC 2019 com a primeira noite: imigração italiana

A noite que celebrou a imigração italiana foi a primeira das cinco que fizeram a MACC 2019

O encerramento da XXVII MACC (Mostra Artística Cultural e Científica) foi na quarta-feira (2 de setembro) no Instituto Social Santa Marta, em Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe.

A XXVII edição da MACC trouxe o tema: lições fora de casa, imigração como forma de aprendizado. As cinco noites contaram com muitas apresentações culturais: culinária, comidas típicas, músicas, folclore, arquitetura, artesanato, destaque nas artes, e curiosidades sobre as nações migratórias traduzidas por diversas linguagens como o áudio visual, registros fotográficos antigos e com adaptações, e demais que representaram o tema da feira.

Aluno em cena escrevendo carta para familiares (o texto foi narrado para platéia)

Ambientação- escola construiu vilas à moda italiana

Relembrando a noite dedicada à imigração italiana

A noite que relembrou a imigração italiana no Brasil (24/09) teve a escola toda ambientada à moda italiana com vilas, muitas peças, artesanatos e demais móveis e artefatos da Itália. A abertura do evento encheu de emoção a plateia com a exibição de um vídeo narrando a chegada dos italianos ao Brasil.

O vídeo teve como ápice o período entre 1880 e 1930. Os ítalo-brasileiros estão espalhados, principalmente pelos estados do Sul e do Sudeste do Brasil. Eles são descendentes da enorme massa de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil entre 1870 e 1960. Um dos vídeos exibidos traziam belíssimas adaptações produzidas pelos estudantes. A partir de imagens antigas de emigrantes ou de fotografias, os alunos se caracterizaram e em tela grande adaptaram imagens congeladas como: colheitas, danças, moças nas janelas (fotografias) e outras tradições do colonato italiano no Brasil, sendo um dos trabalhos intitulados Terra Nostra.

Apresentação de dança

“O Instituto Social Santa Marta mostrou mais uma vez porque é classificado com excelência no quesito educação em toda a região”, disse a professora pedeserrense Maria Quitéria, presente na noite italiana.

Além disso, outras peculiaridades do povo italiano, cultura, religião, aspectos sociais, e seu legado no Brasil foram apresentados. A MACC 2019 deu um destaque maior para a dança e o folclore italiano, no Brasil a agricultura e produção do café, sua maior contribuição, já que os italianos vieram para o Brasil atraído (e enganados) para substituírem a mão de obra africana e escravizada.

Mesa representação da alimentação itálo-brasileira

As apresentações

Após exibição do vídeo, uma buzina de navio ecoava sobre a plateia presente no Santa Marta, o som saia das caixas espalhadas pelo ambiente e neste momento um casal de emigrantes italiano de “mala e cuia” simulam o desembarque deles no Brasil, caracterizados passam pela plateia até subirem ao palco.

“Esta cena foi muito bem montada, viajamos no tempo e espaço e pudemos imaginar como de fato ocorreu a chegada deles aqui”, disse encantada a aluna Maria Carolina.

Recital

O casal de imigrantes dublam um poema (gravado) com bastante emoção complementam a história e “saga” que foi a vinda dos italianos ao Brasil. No entanto, a noite ainda contaria com outros poemas como “Sofia” e a leitura de textos (gravados e dublado pelos alunos) sobre a imigração italiana. Um deles intitulado: “A imigração”.

Merica Merica

A música “Merica-Merica” é considerada um hino oficial da colonização italiana no Rio Grande do Sul e a mais expressão folclórica da Itália. A canção narra a história dos primeiros italianos no Brasil e traz em sua composição contos das propriedades rurais, cantinas e espaços de memória no interior do município de Flores da Cunha, na Serra Gaúcha.

Depois do texto explicando a Merica os estudantes apresentaram sua coreografia. A dança Merica –Merica. Além dessa coreografia a plateia conheceu a Tarantela, também genuinamente italiana.

Mais histórias- Os Matarazzo

Alguns empresários tem suas histórias consagradas longe de seus países e de suas famílias. E o maior exemplo dessa situação é o italiano Francesco Matarazzo, considerado o maior empreendedor da história do Brasil. Nascido em 1854, em Castellabate, Nápoles, o empresário pouco estudou.

Nossa Senhora Achiropita

Por volta do século VII, de acordo com a lenda cristã, uma pintura da Virgem foi retratada de forma milagrosa em uma igreja na cidade italiana de Rossano, na Calábria. O nome “Achiropita” quer dizer “não feito por mãos”, no sentido de ter sido realizada por meio de uma intervenção divina, e não por mãos humanas.

Nossa Senhora Achiropita é um dos nomes atribuídos a Maria mãe de Jesus. E também foi lembrada e homenageada na MACC 2019. No Brasil, as manifestações coletivas tiveram início em 1908, em uma residência particular em São Paulo.

Colonato e Parceria

Os estudantes também apresentaram as diferenças entre os sistemas de parceria e colonato. O sistema de parceria, implementado, inicialmente na década de 1850 - após a proibição do tráfico de escravos, era baseado na concessão, por parte do imigrante, de uma parte da colheita ao proprietário. Já o sistema do colonato, empregado principalmente nas primeiras décadas da Primeira República, previa um sistema de remuneração misto, isto é, o imigrante recebia um salário fixo e mais uma parcela da renda obtida com a venda do que foi plantado - no caso brasileiro, do café.

Para encerrar a noite foram apresentados, além da coreografia Tarantela, o Grupo Musical “Nostra Itália” e mais um belíssimo texto de encerramento.

Em seguida como em todas as noites que se seguiram, já que a ordem das nações migratórias foram: Itália, Alemanha, Espanha, Japão e Síria e Líbano foi reservado também para o final, a hora da “comilança” com lasanha e outros à base de massa italiana servidos na cantina da escola.