Presidente do PT de Riachão garante apoio à reeleição, descarta candidatura própria do PT e diz que pode compor chapa como vice prefeito

Adelson na Secretaria de Agricultura -Foto (Eliete Cordeiro)

Sabemos que quem tem voto tem força política (Adelson Ferreira)

Em entrevista exclusiva ao Imprensa Cheque, Adelson Ferreira, Secretário de Agricultura do município de Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe, e presidente do PT para o biênio 2020-2021, descartou a possibilidade de candidatura própria para prefeito pelo PT de Riachão. O novo presidente tomará posse no dia 13 de dezembro do ano corrente. Entre outras revelações, Adelson disse que o partido seguirá apoiando a reeleição do atual prefeito, José Filho (PSD).

A entrevista revela desde as contradições internas do partido até à participação do PT no atual governo municipal. O apoio do PT à reeleição de Zé Filho vai além das convicções ideológicas, o que não foi diferente em gestões anteriores e que tão pouco acontece só no PT, mas em todos os partidos Brasil à fora. Os acordos por cargos são comuns no jogo político e as "candidaturas próprias" vão ficando para o segundo plano quando não se têm chances concretas de vitória.

Em 2012 o vice prefeito que compôs uma das chapas também era do PT (Dr Francisco- PT foi vice de Tânia Matos-PDT). Na primeira gestão do ex-prefeito Lauro Costa Falcão (PTN) o Partido dos Trabalhadores também o apoiou e participou da gestão. Historicamente em Riachão, o PT só teve duas candidaturas próprias, uma em 1999 com Raimundo da Caixa e outra em 2004 com Juscelino e Avelange.

Assim como o PT, ex prefeito Lauro Falcão vai garantindo apoio ao prefeito Zé Filho ( foto- ilustração web)

IMPRENSA CHEQUE: Como e quando começou a sua trajetória política que o tornou vereador e presidente do PT em Riachão do Jacuípe?

A minha trajetória no partido dos Trabalhadores se dá na Pastoral da Juventude em Riachão do Jacuípe. Em 1999 sentimos a necessidade de fundar um partido que fosse alinhado com o pensamento da pastoral que é o pensamento e ideologia pela libertação das pessoas. A partir daí fundamos o Partido dos Trabalhadores. Tivemos a brilhante experiência e participação do companheiro José Avelange (PT) como vereador pelo Mandato Popular. Em 2008 eu fui candidato a vereador pelo PT, não obtive êxito, porém continuei militando. Em 2012 fui eleito a vereador e atualmente sou o primeiro suplente de vereador e estou assumindo o cargo de Secretário de Agricultura do município. Essa nossa trajetória culminou nesta eleição para presidente do diretório, ao qual fui eleito em um consenso e por unanimidade de votos dentro do PT de Riachão.

Com aliados nas eleições 2018 (foto internet)

IMPRENSA CHEQUE: Em Riachão, sem candidatura própria e talvez sem coligação com o PC do B e outros partidos de esquerda, seria uma tendência nacional (já que REDE, PV e outros sinalizaram uma possível frente com o PDT) se confirmando ou é mais uma prática recorrente do PT local?

ADELSON: Aqui em Riachão o partido está com uma coalizão para o prefeito que pode ir para a reeleição, então a tendência é que o partido marche com este prefeito e a gente tem buscado fazer uma articulação para eleger um maior número de vereadores para que a partir de 2024 a gente possa pensar em uma candidatura própria para prefeito.

Com o prefeito Zé Filho e demais aliados

IMPRENSA CHEQUE: Nesse momento que antecede a sua posse no PT, como avalia o partido no município? Já identificou possíveis fragilidades?

O partido vive um bom momento, estamos participando do governo municipal em uma Secretaria que, modéstia parte, o trabalho vem dando resultados significativos resposta a um olhar diferenciado com diversos trabalhos que antes não eram executados aqui no município. Estamos fazendo um trabalho com as associações comunitárias e com o grupos de produção da agricultura familiar. Porém, como todos os outros partidos, temos dificuldades. O partido precisa ter número significativo de candidatos para alcançar um coeficiente de vereadores, o que não é só uma dificuldade do Partido dos Trabalhadores, mas de tantos outros aqui da cidade.

IMPRENSA CHEQUE: Como o senhor pretende unir o partido em torno desta questão, como irá se articular?

ADELSON: É justamente isso, a gente pretende fortalecer a base do PT, eleger o maior número de vereadores e mantermos aquelas lideranças que não se elegeram firmes dentro do partido para que a partir de 2024 a gente possa pensar numa candidatura chapa majoritária.

Em reunião do PT-Riachão

IMPRENSA CHEQUE: Com a mudança na legislação eleitoral como ficará as candidaturas de mulheres pelo PT?

ADELSON: O Partido dos Trabalhadores sempre privilegiou e buscou a igualdade de gênero dentro do partido a ponto de que as cotas internas de candidaturas do partido são de 50% porém, a gente sabe que ainda há um número muito pequeno da participação feminina na disputa eleitoral. Mas nós temos muitas mulheres comprometidas, já temos mulheres que com certeza serão candidatas para trabalharem o seu nome e irem para o embate eleitoral com chances até de se elegerem. Então essa não é uma das nossas maiores preocupações porque nós já contamos com esta política de gênero no PT.

IMPRENSA CHEQUE: O senhor tem nomes de possíveis candidatos a vereadores pelo PT em 2020?

Temos nomes que poderão se candidatar sim: Secretário Adelson, João do PT, Gercié, Aldemir Rildon, professora Jucelma da APLB, Pastor Marcos, Cristóvão da Autoescola, pró Vane, Almir do PT, Jornalista Allana Adriele, Mattheus Martins, Dr. Assis engenheiro, Dr. Francisco (advogado) Dr. Daniel (advogado), Mário Lopes de Terra Branca, Jéssica de Barreiros, André da CDL, professora Binha, Dona Júlia da Saúde, professor Marcos Janny de Barreiros, Luzia Oliveira, dentre outros. Há a possibilidade também de vereadores com mandato se integrarem ao partido como também a filiação de novas lideranças de outros partidos ao PT.

IMPRENSA CHEQUE: Então, o senhor também será candidato?

ADELSON: Sim. Pretendo ser candidato a vereador, mas tenho a possibilidade de ser candidato a vice-prefeito também.

IMPRENSA CHEQUE: O que seria melhor, ser candidato a vereador ou a vice-prefeito? E o que está faltando para que o senhor decida sobre uma destas candidaturas?

ADELSON: Na verdade eu não tenho ambição política para ser vereador ou vice prefeito. O meu desejo é continuar contribuindo para o desenvolvimento do município, independente do cargo pleiteado. Sabemos que quem tem voto tem força política, então quando você é candidato e marca um posicionamento, a quantidade de votos que você tem lhe dá um determinado poder político para militar dentro e fora do PT. E penso que o que for decidido dentro da conjuntura municipal eu estarei para colaborar, seja como vereador, seja como vice prefeito. Quanto às certezas, nós não temos, mas a gente vem trabalhando o nosso nome nos bastidores, tanto para vereador, quanto para a possibilidade de vice prefeito, contudo isso será mesmo decidido nas convenções em 2020.

IMPRENSA CHEQUE: Seguindo a lógica da sua fala de que quem tem voto tem força política e a quantidade de votos resulta em um determinado poder político, qual foi a quantidade de votos que o senhor obteve nas eleições de 2016?

ADELSON: Em minha primeira eleição eu tive 438 votos. Em 2012 fui eleito com 804 votos e agora em 2016 eu tive 471 votos ficando como suplente de vereador.

IMPRENSA CHEQUE: Há rumores de que o vereador Antonio Marcos- PP (Marquinhos) irá se filiar ao PT. A nível de grupos locais, trata-se de uma oposição histórica ao PT em Riachão. Como o senhor avalia esta possível filiação? É necessária e bem vinda por todos internamente?

ADELSON: Na verdade o fato de haver uma especulação de que o vereador Antonio Marcos do PP possa vir para o PT não quer dizer que seja verdade. São especulações de rua e lembrando ainda que o vereador Antonio Marcos desde o ano de 2016 que ele é um aliado do Partido dos Trabalhadores. Nós fizemos uma coligação PT e PP quando apoiamos o prefeito Zé Filho, então ele não é um opositor. Mas acho pouco provável que ele venha, pois ele é presidente do PP em Riachão. Contudo, achamos que qualquer pessoa que venha acrescentar ao PT será muito bem-vinda.

IMPRENSA CHEQUE: Estamos encerrando a nossa entrevista, agradecemos e reservamos este espaço para que o senhor faça as suas considerações finais.

ADELSON: Primeiro gostaria de agradecer aos meus companheiros e companheiras do PT por terem confiado e acreditado em meu nome para presidir o partido durante o biênio 2020-2021. Agradecer àquelas pessoas que também votaram em mim e confiaram na pessoa de Adelson, enquanto político, enquanto cidadão, e enquanto gestor.