Ruas vazias: No Brasil e em Riachão do Jacuípe um 1º de maio histórico, trabalhador fica em casa, mas deve se expressar nas redes sociais

Uma data reconhecida e comemorada de diversas formas pelo trabalhador em todo o mundo irá ficar somente no calendário de 2020 ou será lembrado através da internet, pelas vielas e becos do mundo digital. Por conta da Pandemia do Covid – 19 manifestações em muitos países ganharão as redes sociais  e em casa trabalhadores e sindicalistas se manifestam através de lives e outros recursos neste 1º de maio. Em Riachão do Jacuípe, na Bacia do Jacuípe, o maior evento em homenagem aos Trabalhadores Rurais do interior baiano não será realizado pela primeira vez, desde 1987.

De casa, a pauta mais debatida pelos internautas trabalhadores será, sem dúvidas as perdas nas Leis Trabalhistas que compuseram desde o governo Vargas, a conhecida CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Para líderes da esquerda brasileira: “ataques aos direitos sociais e trabalhistas do trabalhador brasileiro”.

As perdas se iniciaram no governo de Michel Temer (MDB-SP)  logo após Dilma Rouseff- (PT) ter sido impedida de continuar o seu mandato. Temer, seu vice, deu início às extinções de alguns  direitos trabalhistas que vem se intensificando  com o governo de Jair Messias Bolsonaro, inclusive extinguindo o Ministério do Trabalhado e dando início a tão questionada Reforma Trabalhista, “mesmo com a Pandemia o governo não tem poupado esforços contra a classe”, lembram sindicalistas no site 247.

1 de Maio em Riachão do Jacuípe

Também em decorrência do Covid 19, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riachão, João Batista Gomes Santos (João do Sindicato,) informou bastante triste sobre a não realização do evento no dia de hoje.

“Nós este ano fizemos nossas homenagens através de mensagens  e faixas com agradecimentos  aos nossos associados, trabalhadores e trabalhadoras rurais e demais que fazem o Sindicato” . João lembra ainda que apesar de ser uma festa cortejada por políticos que aproveitam e “armam” seus palanques e em prol do trabalhador seguem em seus mandatos sem nada defender, é verdadeiramente um momento para o homem e a mulher do campo de Riachão.

Evento o ano passado (2019)

“Nosso evento é todo ano feito para eles e elas, estes sim são os responsáveis por colocar o alimento em nossas mesas através da agricultura familiar”, desabafa.

Riachão, imagens de uma manhã “cinzenta”

Sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riachão do Jacuípe (onde o evento começa)            

Sem economia solidária, sem trabalhadores e sem o canto de aboiadores e cantadores como Miudinho e Passarinho o início de uma manhã despida de sol marca anos de realizações festivas, regadas com samba de roda, cantorias, repentes e outras manifestações que marcam o encontro das comunidades rurais com a cidade.

        Evento em 2019
“Na manhã de hoje até o sol, parafraseando um poeta nordestino, se escondeu um pouquinho, alternado com o céu nublado e totalmente atípico, pois o evento é quase sempre realizado sob um sol escaldante e merecidamente regado com muita água, sorvetes e outros refrescos”, lembra a fotógrafa e agente de saúde Eliete Cordeiro, que saiu logo cedo para também registrar as ruas vazias. A fotógrafa em flashes de memórias traduz o trajeto feito pelas caixinhas de isopor onde ambulantes (trabalhadores) da cidade atendem aos chamados dos trabalhadores e trabalhadoras do campo ao som de um trio pelas ruas do centro.

Imagens do dia de hoje traduzem melhor o vazio das ruas sem os trabalhadores rurais de Riachão do Jacuípe, além disso o professor e historiador Gabriel de Oliveira  aprofunda mais sobre este dia histórico para o Brasil e toda a sua importância, inclusive cultural e econômica para a cidade de Riachão do Jacuípe. Segue link da conversa com a jornalista Laura Ferreira no Papo Chekin



Imprensa Cheque - Da redação
Fotos: Eliete Cordeiro